segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sexualidade na Terceira Idade





Neida Vicente

neida.vicente@ihmt.unl.pt

Licenciada em Enfermagem. Mestranda do 2º ano do Mestrado em Saúde e Desenvolvimento do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, Portugal.

2005

"Palavras-chave: Terceira idade, sexualidade, saúde, envelhecimento, preconceito, relacionamento O envelhecimento é um processo indutivo de várias mudanças no indivíduo, nomeadamente ao nível físico, mental e social. Estas mudanças tendem a afectar a expressão da sexualidade, na medida em que se torna necessário para a pessoa “idosa” redefinir objectivos, ou seja, reconhecer que está numa nova fase do ciclo vital, e que tal como as anteriores, está associada a determinados “acontecimentos padrão”, crises de desenvolvimento próprias da fase em questão.

O peso dos anos depende do significado que cada um lhe atribuir. Para muitos, ser idoso pode ser sinónimo de sabedoria e experiência a todos os níveis. Nas sociedades africanas o idoso é muito respeitado, porquanto é tomado como aquele que detém um conhecimento profundo sobre vários assuntos, porque já viu muitas coisas e transmite-as aos mais novos com sabedoria. Em contrapartida, nas sociedades ocidentais, devido ao aumento da esperança média de vida, ao idoso estão associados conceitos como a inactividade, doença, demência e assexualidade.

Relativamente à sexualidade, não está de modo algum comprovado que esta termine na terceira idade. Vejamos, o termo sexualidade não é sinónimo de acto sexual. A sexualidade envolve muito mais, ela pressupõe amor, carinho, sensualidade, fantasia e inteligência. Então, será que a velhice nos rouba tudo isto?

Segundo a OMS, o envelhecimento começaria a partir dos 65 anos. Contudo, é necessário reconhecer que a idade biológica tem maior importância que a cronológica, na medida em que a bioquímica cerebral, das emoções, pode apresentar níveis óptimos de funcionamento em termos biológicos em indivíduos com mais de 65 anos. Contrariamente a estes, poder-se-á encontrar níveis biológicos menos bons em jovens.

É importante saber que o envelhecimento não compromete necessariamente a sexualidade.

O homem é capaz de ter uma erecção peniana em qualquer idade, tal como a mulher consegue atingir uma lubrificação vaginal adequada e chegar ao orgasmo. Estas respostas sexuais só ficarão “comprometidas” se estiverem perante um bloqueio físico ou psicossocial (Lopes 1993:79).

Um outro aspecto significativo apresentado pelo mesmo autor é a monotonia sexual. A sexualidade não se pode circunscrever ao contacto de um pênis e uma vagina, o sexo pode ser o resultado de vários estímulos efectivos (auto-estimulação, fantasia, coito, entre outros.), nesta matéria a intuição é um ingrediente favorável, mas não essencial.

A resposta sexual humana apresenta três fases principais: desejo, excitação e orgasmo. Segundo Lopes (1993: 80), no que se refere ao desejo sexual na mulher idosa, as respostas encontradas são divergentes, variando da ausência do desejo até a exacerbação da líbido. Como refere o autor, estes resultados podem reflectir a influência da moral sexual na função biológica.

Ao contrário do que se pensa, a menopausa não constitui o fim da vida sexual. Gomes et al (1987: 99) referem que há, por vezes, um aumento da actividade sexual na menopausa que pode, entre outros factores, estar ligado ao desaparecimento do medo de engravidar.

Para J. Vegue (in Lopes, 1993: 80), a actividade sexual pode continuar durante um longo período após a menopausa, sem que hajam dificuldades mecânicas ou ausência de lubrificação vaginal e muitas vezes sem recorrer a terapêutica de substituição hormonal, desde que se mantenha um relacionamento sexual regular. A ausência de regularidade pode causar o aparecimento de distúrbios tróficos, impedindo desta forma contactos posteriores e originando distúrbios psicossexuais futuros.

“A vida sexual transforma-se constantemente ao longo de toda a evolução individual, porém só desaparece com a morte.”

Myra e López cit por Lopes 1993:79

"No homem idoso, sob um estímulo sexual eficaz, a erecção demora a estabelecer-se 2 a 3 vezes mais; uma vez obtida conserva-se bastante mais tempo sem ejaculação, sendo mais difícil obtê-la de novo se a perder antes da ejaculação. Na fase orgástica há um desaparecimento da primeira parte, isto é, não há contracção dos órgãos reprodutores, pelo que não haverá a sensação de inevitabilidade ejaculatória. A duração do período refractário aumenta consideravelmente. Normalmente, este satisfaz-se com 1 ou 2 ejaculações semanais, independentemente do contexto do coito ou exigências sexuais da parceira. Importa salientar também que para cada década regista-se uma diminuição progressiva na resposta sexual. Contudo, nunca se verifica o seu completo desaparecimento, Master e Johnson, 1966 (in Gomes, 1987: 97).

Referências Bibliográficas

Lopes, Gerson. Sexualidade Humana. 2ª edição. Rio de Janeiro. Medsi 1993. ISBN: 85-7199-058-1.pág77-81

Gomes et al. Sexologia em Portugal. 1ª edição, I Volume Lisboa. Texto editora 1987. pág 94-100

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Geração perdida? O retrato de quatro jovens na precariedade


Durante anos investiram na formação. E esperaram pelos resultados. Em vão: Inês, Ana (nome fictício) Vasco e João continuam à espera da sua oportunidade. Por Romana Borja-Santos


"Inês passou das artes para um call center


Quando era pequena já só queria dançar, representar, pintar... Os pais pensavam que o gosto de Inês Carvalho pelas artes seria momentâneo. Uma coisa da idade. Mas esta "brincadeira de crianças" sempre foi levada a sério por Inês, que fez todo o seu percurso académico neste sentido. Com este objectivo. Tem 21 anos e acabou no passado Verão a licenciatura em Teatro, ramo de Produção, na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa. Se pudesse, passaria o resto da vida a "organizar toda a parte logística de montar um espectáculo cénico" - seja teatro, cinema ou televisão.

"Sempre fui boa aluna e nunca chumbei", contou ao PÚBLICO, em jeito de justificação, antes de deixar cair que "por acto de desespero e porque não aguentava mais estar deprimida em casa" está a fazer formação para trabalhar num call center. Nunca imaginou. Dos bastidores dos espectáculos passou para a fidelização de clientes numa empresa de telecomunicações. "Durante o curso sempre fiz várias produções e trabalhei, sem ganhar, em projectos e espectáculos de professores. Via isso como formação e acreditava que, depois da licenciatura, poderia continuar a trabalhar com eles já com ordenado." Mas não continuou.

Mal o curso acabou, Inês percebeu que o mercado não tinha espaço para si a não ser a preço quase zero. "É uma grande frustração. Quando o curso acabou as oportunidades desapareceram todas", lamenta. No último ano ainda estagiou numa produtora que faz telenovelas e chegou a ser chamada para um trabalho pontual. "Mais tarde convidaram-me para ficar a recibos verdes, sem horários e a trabalhar mais de 12 horas por dia. Tive de dizer que não, para poder acabar os projectos de final de curso e se tivesse ficado seria mesmo por gosto. O que pagavam não dava para fazer uma vida fora de casa dos pais."

Inês rejeita que a sua geração seja vista como perdida. E promete "correr atrás das coisas". Mas admite: "O facto de gostarmos de uma coisa faz-nos aceitar situações de precariedade e eu e os meus colegas estamos todos assim. Já enviei mais de 20 currículos e, quando me respondem, é sempre para dizer que as coisas estão complicadas. Tive de abrir o leque. Também já estive numa loja a ser explorada e onde nem as horas extraordinárias pagavam."

Decidiu apostar em formação, nomeadamente na área da fotografia e maquilhagem. "E percebi que a formação só ajuda a ocupar o tempo mas não me vai trazer trabalho. A minha auto-estima vai diminuindo e o meu medo é que perca a prática. Neste momento é tudo decidido por sorte e por ter amigos, mas eu vou continuar a procurar até me sentir profissionalmente realizada e porque acredito que um dia vai haver lugar para o que é bom." Quando olha para a irmã, "que aos 28 anos é advogada e tem a vida feita", não deixa de pensar que também ela um dia quer ter "casa própria, emprego, marido, filhos e ser feliz".

Ana, 30 anos, é arquitecta mas nunca teve um contratoAna este Verão teve pela primeira vez férias pagas. Não. Não recebeu subsídio de férias. Simplesmente não deixou de receber o ordenado por tirar 15 dias de descanso. Instabilidade no emprego para quem começa? Nada disso. Ana tem 33 anos e licenciou-se em Arquitectura de Interiores pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa e, depois, em Arquitectura na Lusíada. Antevia um mercado difícil quando entrou na Ordem dos Arquitectos em 2004, mas tinha uma formação dupla. E bastante experiência. Passou por vários ateliers, mesmo antes de ter concluído a primeira licenciatura. Nunca pensou entrar na casa dos 30 sem sequer saber o que é um contrato de trabalho. Só conhece os recibos verdes.

"Não sou caso único, mas sei que não devia ser assim. E o pior é que tenho muita dificuldade em ver-me a trabalhar numa situação diferente desta. É aniquilador e chocante e não há perspectiva de as coisas melhorarem quando a Ordem dos Arquitectos compactua com estas situações", assegura. Questionada sobre se esta situação não é pouco comum na geração dos 30, responde: "Não é um problema dos jovens que começam a trabalhar. As pessoas com 30 anos há muito tempo que convivem com a precariedade, mas só agora tiveram visibilidade."

Ana não é o seu verdadeiro nome. É o nome de quem já está "escaldado" e que não pode dar a cara. Se o fizesse, acredita que perderia o emprego precário que lhe permite pensar apenas "mês a mês". E isso não pode acontecer outra vez. Há três anos foi mãe. Estava - uma vez mais - a trabalhar a recibos. Quando teve o bebé nunca mais voltou. A empresa não a readmitiu e ficou sem ordenado. E, com uma filha nos braços, levou tempo a encontrar um novo local compatível com as necessidades de uma jovem mãe.

A situação chocou-a. Mas, garante, há casos piores: "Conheci uma rapariga com cancro da mama que continua a trabalhar por medo de perder o lugar. Trabalhamos anos a fio, mas com os recibos não temos direito a subsídio de desemprego. É uma situação de total desapoio social." No seu caso, conta com "um apoio muito forte dos pais" e um "marido engenheiro informático" que lhe permitiram ultrapassar a situação.

Sobre o futuro, lamenta que "as pessoas sejam formatadas para a precariedade e para acreditarem que por causa da crise devem deixar de lado os seus direitos". Ainda assim, espera que um dia as empresas valorizem a sua "experiência e investimento na carreira". Escolheu ficar em Portugal e "tentar mudar as coisas". "Há quem queira que sejamos uma geração perdida e resignada. Isolados é difícil organizarmo-nos e ainda mais quando nos fazem sentir medíocres como trabalhadores e quando nunca nos premeiam pelo sucesso. Não podemos esperar pela mudança. Precisamos de a construir." .Vasco quer deixar de ser um eterno biólogo bolseiro A seguir a uma bolsa vem... outra bolsa. Vasco Branco tem 28 anos e licenciou-se em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Seguiu-se o mestrado e, agora, o doutoramento. Não se conforma. Para quem quer fazer investigação, o estatuto de bolseiro é praticamente a única saída, mesmo na área das ciências. E, com ele, vem a instabilidade de quem só pode programar a vida a curto prazo sem contar com prestações como o subsídio de desemprego. Mesmo depois de largos anos a contribuir para instituições públicas.

Acabou o curso em 2003 já com a convicção de que queria fazer investigação na área da biologia marinha. Pagou o mestrado do seu bolso, mas, na parte final da tese sobre contaminação de organismos marinhos com metais pesados, conseguiu a sua primeira bolsa. Antes teve um estágio profissional de nove meses no Instituto de Investigação das Pescas e do Mar. Depois passou, no mesmo local, por um projecto do instituto financiado pela União Europeia. Neste momento está a fazer o seu doutoramento em toxicologia de mercúrio na Faculdade de Farmácia e conta com uma bolsa de investigação no instituto de 980 euros, um valor determinado pelo Estado e que não é revisto para nenhum bolseiro há mais de sete anos e que só é pago 12 meses por ano. E, como os descontos são feitos sobre o valor do ordenado mínimo, a reforma fica, também, comprometida.

E depois do doutoramento? "Até Abril de 2012 a minha bolsa de doutoramento é renovável. E só em Setembro desse ano é que poderei, se tiver sorte, receber uma bolsa de pós-doutoramento. É inevitável questionar de que viverei" Não pensa trabalhar para uma instituição pública? "Nos laboratórios do Estado os quadros estão fechados e restam-me as bolsas. Sempre pensei que fosse uma situação provisória. Mas não é. A minha namorada, por exemplo, é bolseira há oito anos e quando acabar o doutoramento será há 12."

Vasco assegura que mesmo ter uma bolsa para investigar já é "difícil", pois estão a ser dadas a pessoas que estão a trabalhar como técnicas em laboratórios e que desempenham funções permanentes em nada relacionadas com experiências. Muitos dos seus colegas desistiram ou criaram empresas e até houve um que abriu um consultório de massagem chinesa. Mas Vasco continua a acreditar que "a formação nunca é demais", apesar de haver "autismo por parte das empresas". Para lutar contra esta situação, faz parte da direcção da Associação de Bolseiros de Investigação Científica, que pretende dar mais direitos a quem tem "todos os deveres e é muito qualificado".

"A situação está a tornar-se insustentável. Não quero ser um prémio Nobel e as pessoas têm de perceber que fazer investigação não significa que vamos todos inventar o iPod. O importante é abrir pequenos caminhos. Quando tomam um comprimido é bom que se lembrem que é o produto de muito trabalho de muitas pessoas. E cada vez mais precário", conclui Vasco.

João foi "salvo" por uma grávida

João Mota foi (temporariamente) salvo por uma grávida. Serão apenas uns meses a fazer paginação numa empresa enquanto a colega estiver de licença. Com 25 anos, o valor que recebe a recibos verdes não chega para conseguir sobreviver. "Desde que acabei o curso foi o melhor que me apareceu e vou tentar subir degrau a degrau até chegar ao patamar que mereço", conta enquanto caminha em passo apressado para o call center onde também trabalha à noite para conseguir pagar as contas todas.

Já passaram dois anos desde que acabou a licenciatura em Design e Tecnologia das Artes Gráficas no Instituto Politécnico de Tomar. Apanhou a reforma de Bolonha e, por isso, houve mais do que um ano de finalistas, o que duplicou o número de pessoas a sair. "Durante o curso a promessa sempre foi de que teríamos muitas oportunidades e uma óptima taxa de empregabilidade". Mas não foi assim.

Começou por ter um estágio numa empresa de artes gráficas onde fez de tudo um pouco. Durante os meses que ali passou sentiu-se pouco apoiado e que havia "pouca abertura". "O Design era uma área em que não havia curso. Senti que me olhavam de lado por ter estudado e que insistiam em fazer tudo como antigamente." Já na altura conjugou esta experiência com um trabalho de três meses numa loja de roupa onde nem chegou a ter contrato. "Os meus pais estão sempre disponíveis para me ajudar, mas prezo muito a minha independência", conta.

Se dependesse de João, especializava-se em arte final e em pré-impressão. Já fez formações com este objectivo. E, depois do estágio curricular, conseguiu um estágio profissional de um ano através do programa Inov-Jovem, criado pelo Governo. "A experiência acabou em Outubro, foi óptima e serviu para me especializar. Mas já se sabe que as empresas aproveitam porque pagam menos por alguém qualificado e a seguir não ficam connosco." Ainda chegaram a dizer que gostavam de o contratar. "Mas veio a crise e disseram que as coisas estavam difíceis. Senti que até agradeciam se as pessoas encontrassem outra coisa e se fossem embora."

Enquanto substitui a colega vai enviando currículos, mas esbarra na dificuldade de pedirem dois anos de experiência e de só oferecerem estágios não remunerados. "Porque vão pagar se há quem aceite trabalhar de borla", questiona. Sobre a sua geração, acha que "perdida" é uma expressão "muito forte" e que o problema é que acreditam "que qualquer coisa que apareça é o melhor do mundo e que poderá não haver mais nada". João não quer desistir e vislumbra um mestrado no estrangeiro como saída para "um dia constituir família e ter vida pessoal". Um objectivo que tem adiado mas com boa disposição e longe do "desespero e da angústia" de muitos dos seus colegas. "As pessoas quando estão perdidas deixam de lutar e não vou deixar que isso aconteça comigo. Não vou fazer uma cara de funeral só porque estou no desemprego. Há coisas piores, não há?"

Fonte: http://jornal.publico.clix.pt

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A Nova Velhice de António Simões





Sinopse

Temas centrais:

"O envelhecimento demográfico

Envelhecimento e saúde física e mental

Mudanças com a idade

Aposentação

Envelhecimento produtivo

Felicidade na velhice

Implicações para a educação (em todos os capítulos)"

Fonte: www.wook.pt

A Depressão no Idoso de Purificação Fernandes



Sinopse

"Neste trabalho, a autora procura avaliar, relativamente à depressão, à solidão, à função cognitiva, à funcionalidade, à instrumentalidade, e bem como a alguns factores sócio-demográficos e clínicos, os respectivos níveis a um grupo de idosos, constituindo o modo de residência a variável independente (idosos internados em lares de apoio à terceira idade, a utilizarem centros de dia ou a residirem no seu domicílio), tendo a autora optado pela utilização de escalas já aferidas por outros investigadores.

A leitura deste livro poderá ser útil aos diversos técnicos de saúde que se dedicam à assistência a idosos, aos familiares e amigos que aos mesmos prestem cuidados e, de igual modo, aos próprios idosos."

Fonte:www.wook.pt

A Velhice e as Estações




"Dizem que a velhice é como o inverno

As folhas caem e não voltam mais

Tudo se faz seco e frutos não se colhem mais

Os tempos passam

E jamais vi um ano que após o inverno não viesse o verão

e entre eles a colorida e radiante primavera

A velhice são as quatro estações

É verão quente como coração que quer dar amor

Outono sereno de equilíbrio com ventos de calmaria

É inverno gelado como as decepções na vida

Primavera florida, colheita da vida...

E o ciclo se repete

Novo ou velho, aprendemos quando se perde

Acertando ou errando, crescemos quando tudo se repete

Cabelos brancos ou pintados, a cor da vida é a que diverte

Aposentado ou empregado, amar é que enriquece

Podem passar os dias, podem passar os anos

Norte ou sul, leste ou oeste

Sete ou setenta, vinte ou cinquenta.

Dia ou noite, chuva ou sol

A velhice é para todos

A velhice são os que vencem

E passam por todas as gerações

Outono e inverno, primavera e verão

Até chegar nela e se fazerem."

Daniela Lima Martins

Fonte: www.mundojovem.pucrs.br

O que é a doença de Alzheimer?



"A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro (morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a completa ausência de autonomia dos doentes.

Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados.

É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15 anos.

Qual é a causa da doença de Alzheimer?

A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada.

No entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais para filhos.

Como se faz o diagnóstico?

Não há nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é examinando o tecido cerebral obtido por uma biopsia ou necrópsia.

Assim, o diagnóstico da doença de Alzheimer faz-se pela exclusão de outras causas de demência, pela análise do historial do paciente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames.

Existem também alguns marcadores, identificados a partir de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o paciente vir a ter a doença de Alzheimer.

Quais são os sintomas da doença de Alzheimer?

Ao princípio observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho.

À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc.

Qual é o tratamento adequado?

A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento, há que atender a duas variáveis:

Ao tratamento dos aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também contar com orientação de diferentes profissionais de saúde;

Ao tratamento dos desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Há medicação que ajuda a corrigir esses desequilíbrios e que é mais eficaz na fase inicial da doença, mas, infelizmente, tem efeito temporário. Por enquanto, não há ainda medicação que impeça a doença de continuar a progredir.

A APFADA elaborou uma lista de dez sinais de alerta ou sintomas comuns da doença.


1. Perda de memória

É normal esquecer ocasionalmente reuniões, nomes de colegas de trabalho, números de telefone de amigos, e lembrar-se deles mais tarde.

 Uma pessoa com a doença de Alzheimer esquece-se das coisas com mais frequência, mas não se lembra delas mais tarde, em especial dos acontecimentos mais recentes.

2. Dificuldade em executar as tarefas domésticas

As pessoas muito ocupadas podem temporariamente ficar tão distraídas que chegam a deixar as batatas no forno e só se lembram de as servir no final da refeição.

O doente de Alzheimer pode ser incapaz de preparar qualquer parte de uma refeição ou esquecer-se de que já comeu.

3. Problemas de linguagem
Toda a gente tem, por vezes, dificuldade em encontrar a palavra certa.

Porém, um doente de Alzheimer pode esquecer mesmo as palavras mais simples ou substituí-las por palavras desajustadas, tornando as suas frases de difícil compreensão.

4. Perda da noção do tempo e desorientação

É normal perdermos – por um breve instante – a noção do dia da semana ou esquecermos o sítio para onde vamos.

Porém, uma pessoa com a doença de Alzheimer pode perder-se na sua própria rua, ignorando como foi dar ali ou como voltar para casa.

5. Discernimento fraco ou diminuído

As pessoas podem por vezes não ir logo ao médico quando têm uma infecção, embora acabem por procurar cuidados médicos.

Um doente de Alzheimer poderá não reconhecer uma infecção como algo problemático e não ir mesmo ao médico ou, então, vestir-se inadequadamente, usando roupa quente num dia de Verão.

6. Problemas relacionados com o pensamento abstracto

Por vezes, as pessoas podem achar que é difícil fazer as contas dos gastos.

Mas, alguém com a doença de Alzheimer pode esquecer completamente o que são os números e o que tem de ser feito com eles. Festejar um aniversário é algo que muitas pessoas fazem, mas o doente de Alzheimer pode não compreender sequer o que é um aniversário.

7. Trocar o lugar das coisas

Qualquer pessoa pode não arrumar correctamente a carteira ou as chaves.

Um doente de Alzheimer pode pôr as coisas num lugar desajustado: um ferro de engomar no frigorífico ou um relógio de pulso no açucareiro.

8. Alterações de humor ou comportamento

Toda a gente fica triste ou mal-humorada de vez em quando.

Alguém com a doença de Alzheimer pode apresentar súbitas alterações de humor – da serenidade ao choro ou à angústia – sem que haja qualquer razão para tal facto.

9. Alterações na personalidade

A personalidade das pessoas pode variar um pouco com a idade.

Porém, um doente com Alzheimer pode mudar totalmente, tornando-se extremamente confuso, desconfiado ou calado. As alterações podem incluir também apatia, medo ou um comportamento inadequado.

10. Perda de iniciativa

É normal ficar cansado com o trabalho doméstico, as actividades profissionais do dia-a-dia ou as obrigações sociais; porém, a maioria das pessoas recupera a capacidade de iniciativa.

Um doente de Alzheimer pode tornar-se muito passivo e necessitar de estímulos e incitamento para participar.

Se tem um doente de Alzheimer a seu cargo, estas orientações podem facilitar a sua vida e a do doente.

Comunicar, alimentar-se, vestir-se e cuidar da higiene pessoal são algumas das acções rotineiras que, aos poucos e poucos, o doente de Alzheimer vai deixar de conseguir realizar.

Aqui ficam algumas sugestões para quem cuida de doentes de Alzheimer. Para bem do doente e do próprio cuidador.


Como se comunica com o doente de Alzheimer?

É normal o doente não encontrar as palavras que precisa para se expressar ou não compreender os termos que ouve.


Como deve reagir:

Esteja próximo e olhe bem para o seu doente, olhos nos olhos, quando conversam;

Permaneça calmo e quieto. Fale clara e pausadamente, num tom de voz nem demasiado alto nem demasiado baixo;

Evite ruídos (rádio, televisão ou conversas próximas);

Se for possível, segure na mão do doente ou ponha a sua mão no ombro dele. Demonstre-lhe carinho e apoio.

Em todas as fases da doença, é necessário manter uma atitude carinhosa e tranquilizadora, mesmo quando o doente parece não reagir às nossas tentativas de comunicação e às nossas expressões de afecto.

Lembre-se, também, que é preciso verificar se a pessoa doente tem problemas de visão, audiçãoou outros problemas de saúde, designadamente de saúde oral, necessidade de usar óculos ou de ajustamento das próteses dentárias ou auditivas.

Vaguear, deambular e andar sem rumo é um perigo. O que fazer para o minimizar?

Andar sem saber para onde e com que objectivo é característico dos doentes de Alzheimer, a partir de uma determinada fase. E é um perigo enorme.


Eis algumas sugestões para minimizar esse perigo:


O doente deve trazer sempre algo que o identifique, por exemplo, uma pulseira com o nome, morada e telefone;

Previna os vizinhos e comerciantes próximos do estado do doente. Estes podem ajudá-lo em qualquer momento caso se perca e peça informações;

Em casa, feche as portas de saída para a rua, para evitar que o doente vá para o exterior sem que dê por isso;

Tenha uma fotografia actualizada do doente, para o caso deste se perder e precisar de pedir informações;

Se o doente quiser sair de casa, não deve impedi-lo de o fazer. É preferível acompanhá-lo ou vigiá-lo à distância e, depois, distraí-lo e convencê-lo a voltar a casa;

Pode ser necessário pedir aconselhamento ao médico assistente.

O que fazer quando o doente persiste em conduzir?

Esteja preparado. No período inicial o doente vai tentar conduzir e, provavelmente, entrar em todos os carros de cor parecida com o dele.

Fale calmamente com o doente, lembrando-lhe que pode surgir algo de inesperado e que os seus reflexos talvez não ajudem. Sublinhe que o doente se sentiria muito infeliz se fosse culpado de um acidente;

Se não resultar, não deixe as chaves do carro num local acessível e que escape ao seu controlo. Esconda as chaves do carro (perderam-se) ou simule uma avaria;

Tente convencer a pessoa a utilizar os transportes públicos.

Como ajudar a manter a higiene do doente?

É normal o doente deixar de reconhecer a necessidade de tomar banho, de lavar os dentes, etc. Em suma, recusar cuidar da sua higiene pessoal e da sua higiene oral.

Não faça disso um “bicho de sete cabeças”. Se for possível, aguarde um pouco, pode ser que mude de disposição;

Simplifique a tarefa: tenha sempre em ordem e à mão as coisas que são necessárias, como sabão, sabonete ou espuma, toalhas, etc.;

Se o banho é de imersão, verifique a temperatura da água;

Instale pegas e tapetes que evitem escorregar dentro e fora da banheira. Há bancos e cadeiras adaptáveis à banheira, assim como outros dispositivos de apoio e ajuda que podem ser muito úteis;

Se o doente preferir tomar duche, deixe-o. O melhor é procurar manter a rotina a que a pessoa estava habituada;

Se o doente recusar mesmo tomar banho, então tente a lavagem parcial;

Aplique, se possível, cremes ou pomadas adequadas para evitar escaras.

Como ajudar o doente a vestir-se?

A certa altura o doente vai ficar embaraçado sobre o que vestir ou, eventualmente, recusar-se a vestir.


Para o ajudar:

Simplifique o mais possível a roupa a usar;

Evite laços, botões, fechos de correr (substitua-os por velcro), sapatos com atacadores, etc.;

Prepare as peças de roupa pela ordem que devem ser vestidas;

Procure que a pessoa se conserve bem vestida e elogie o seu bom aspecto;

Enquanto o doente tiver autonomia, deixe-o actuar conforme ainda pode.

Como ajudar o doente a alimentar-se?

Sente o doente com o tronco bem direito e a cabeça firme;

Se necessário, ponha-lhe um grande guardanapo só para comer;

Não tagarele com o doente durante a refeição;

Aguarde que a boca esteja vazia para fazer alguma pergunta;

Dê-lhe tempo para comer tranquilamente e não o contrarie se ele quiser comer à mão;

Dê-lhe bocados pequenos de alimentos sólidos; por vezes, o doente poderá preferir alimentos passados ou batidos;

Faça-o mastigar bem e assegure-se de que a boca permanece fechada durante a mastigação e a deglutição. Verifique se há restos de alimentos na boca;

Pouse-lhe a chávena ou o copo, depois de cada gole, fazendo uma pausa. Note que dar-lhe de beber é muitas vezes difícil;

Deixe-o deglutir uma segunda vez, se alguns alimentos ainda estiverem na boca;

Lave-lhe cuidadosamente a boca depois de cada refeição para evitar que restos de alimentos passem para os pulmões. Com uma gaze húmida, limpe-lhe o interior das faces. Use uma pasta dentífrica infantil;

Deixe o doente sentado durante 20 minutos após a refeição.

O que fazer quando o doente se mostra agressivo?

Em certas fases da doença é normal que o doente se torne agressivo. Sente-se incapaz de realizar tarefas simples (vestir-se, lavar-se, alimentar-se), reconhece que está a perder a independência, a autonomia e a privacidade, o que é muito frustrante.

A agressividade pode manifestar-se de diversas formas, tais como ameaças verbais, destruição de objectos que estejam próximos ou mesmo violência física.

Como deve reagir:

Se possível, procure compreender o que originou a reacção agressiva. Não deve partir do princípio que o doente o quer agredir ou ofender pessoalmente;

Evite discutir, ralhar ou fazer qualquer coisa que se assemelhe a um castigo. Não force contactos físicos e deixe-lhe bastante espaço livre;

Procure manter-se calmo, não manifeste ansiedade, medo ou susto. Fale calma e tranquilamente e procure desviar a atenção do doente para qualquer outra coisa.

Não tente lidar com tudo sozinho. Pode deprimir-se ou esgotar-se. Procure ajuda e aconselhamento médico se não conseguir lidar com a situação.


Como prevenir que surjam crises de agressividade?

Não seja demasiado exigente com a rotina diária do doente;

Deixe que o doente faça o que ainda lhe é possível fazer, ao seu ritmo, sem pressas e sem exigir a perfeição;

Não critique, antes pelo contrário, elogie (mas não exagere);

Ajude, mas de forma a não parecer estar a dar ordens;

Procure que o doente faça actividades que lhe interessem;

Assegure-se de que o doente faz exercício físico suficiente;

Esteja atento a sinais que possam indiciar crise iminente e procure distrair a atenção do doente.

Ao cuidador

É extremamente difícil cuidar de um doente de Alzheimer. Tem de acompanhar o doente ao longo do tempo, viver um dia-a-dia que se torna progressivamente mais difícil e experimentar sentimentos diversos, muitos deles negativos.

É normal que sinta tristeza pela sensação de que a pouco e pouco vai perdendo alguém que lhe é muito querido.

Sentirá também frustração, pois tem a consciência de que todos os seus cuidados, atenção e carinho não impedem a progressão da doença.

Vai sentir culpa, pela falta de paciência que por vezes tem, pelo sentimento de revolta em relação ao próprio doente, pela situação que vive e por poder admitir a hipótese de procurar um lar.

Poderá também sentir solidão, pelo afastamento gradual da família e dos amigos, pela impossibilidade de deixar o doente, pela falta de convívio.

Todos esses sentimentos negativos não significam que não seja um bom prestador de cuidados e de apoio. São apenas reacções humanas! Pelo que, para seu bem e para o bem do seu doente:

Não se recrimine demasiado;

Cuide de si e vigie a sua saúde;

Sensibilize os seus familiares para o ajudarem. Esclareça-os sobre a doença e sobre o modo como podem colaborar consigo;

Conheça os seus limites e tente encontrar auxílio;

Lembre-se que a sua presença, a sua ternura, o seu amor são indispensáveis, quer mantenha o doente em casa quer tenha de recorrer a internamento numa instituição."



A taxa de Desemprego em Portugal poderá atingir os 11% já em 2010




"Nos últimos dez anos Portugal registou um crescimento fraco, inferior ao que era típico historicamente e, por isso, incapaz de gerar emprego suficiente para responder ao aumento da oferta de trabalho. O desemprego tem tido sempre dificuldade em ajustar-se, portanto quando se dá a retoma da actividade económica sustentada, o emprego leva muito tempo a recuperar e, quando o faz nunca atinge um nível tão alto como antes da crise.


Segundo o INE, o número de pessoas desempregadas já ultrapassa o meio milhão, quase duplicou na última década, atingindo agora os 507,7 mil indivíduos. No 2º trimestre de 2009, a taxa de desemprego estimada foi de 9,1%. A taxa de desemprego dos homens foi de 8,7% e a das mulheres foi de 9,5%.

Este aumento do desemprego deve-se particularmente ao aumento do número de homens desempregados; ao aumento do número de desempregados à procura de emprego há menos de um ano; ao aumento do desemprego de indivíduos com um nível de escolaridade completo até ao 3º ciclo do ensino básico e consequentemente mais difíceis de reempregar; ao aumento do desemprego de indivíduos de todos os grupos etários, mas sobretudo daqueles com idade entre os 25 e os 34 anos. Os sectores da indústria, construção, energia e água foram os principais responsáveis pelo aumento do desemprego.

No 2º trimestre de 2009, de acordo com o nível de desagregação espacial NUTS II, as taxas de desemprego mais elevadas foram observadas nas regiões do Alentejo (11,3%), Norte (10,5%) e Lisboa (9,4%). Os valores mais baixos foram registados no Centro (6,3%), na Região Autónoma dos Açores (7,0%) e na Região Autónoma da Madeira (8,1%).

No entanto, o acréscimo da taxa de desemprego verificou-se em todas as regiões do país, sendo que os maiores acréscimos ocorreram na região da Madeira e Alentejo, relativamente ao trimestre anterior.

A crise económica gerou, em média, 605 novos desempregados por dia em Portugal durante os primeiros seis meses de 2009 e as previsões apontam para um aumento da taxa de desemprego, que poderá atingir os 11% já em 2010.

Recentemente o Fundo Monetário Internacional (FMI), alertou de que o desemprego em Portugal vai aumentar continuadamente até 2010, mas espera uma quebra do PIB de apenas 3% em 2009. O FMI estima, nas suas Perspectivas Económicas Mundiais, que Portugal deverá terminar o ano de 2009 com uma taxa de desemprego de 9,5%, subindo para os 11% já no próximo ano. Estas previsões são mais optimistas do que as das autoridades portuguesas, sendo que o Banco de Portugal espera para este ano uma quebra do PIB de 3,5% e o Governo de 3,4%. Em termos da inflação, o documento do FMI estima que os preços recuem 0,6% este ano, subindo cerca de 1% em 2010.

A Taxa de desemprego em Portugal (9,1%) está acima dos 8,6% da média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE). De acordo com os dados da OCDE, no conjunto dos 30 membros da organização, a taxa de desemprego subiu 0,1 pontos percentuais, face a Julho, para 8,6%, o que representa uma subida de 2,3 pontos percentuais, relativamente a Agosto de 2008.

Portugal apresenta a oitava maior taxa de desemprego dos países da OCDE, seguido da Espanha (18,9%), Irlanda (12,5%), Eslováquia (11,6%), França (9,9%), Estados Unidos (9,7%), Hungria (9,6%) e Suécia (9,4%). Na Zona Euro, em Agosto, a taxa de desemprego era de 9,6% e na União Europeia era de 9,1%.

A subida do desemprego não tem solução a curto prazo. As causas para o desemprego são sempre as mesmas: a baixa qualificação da mão-de-obra e dos empregadores; a produção é marcada pelas pequenas e médias empresas ou ainda pela necessidade de um choque tecnológico em diversos sectores.

Nem só de pessoas mais velhas e com baixas qualificações se compõe o rosto do desemprego. Os jovens entre os 25 e 34 anos representam grande parte do número de desempregados, sendo que a maior parte deles são licenciados.

É um facto que qualificação gera emprego e assegura um aumento na economia do país, mas se assim é, porque é que nos encontramos neste estado deplorável? Cada vez mais se torna complicado entrar no mercado de trabalho após a conclusão de graus académicos. A escassez de oportunidades leva a que os jovens emigrem, buscando o que o nosso país não pode oferecer. Com a continuação desta situação, dentro em breve voltamos uma vez mais a ter uma nova geração de emigrantes como há alguns anos aconteceu, vítimas da falta de oportunidades no próprio país."



Bárbara Teixeira

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Níveis de desemprego antecipam Reformas





"Os altos níveis de desemprego estão a incentivar os portugueses a pedirem uma reforma antecipada.


Segundo dados da Segurança Social, divulgados pelo Correio da Manhã, em Outubro estavam na aposentação com menos de 65 anos 148313 pensionistas. Destes, 84916 (57%) estavam sem trabalho.

Somando as 517526 pessoas sem trabalho contabilizados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional aos quase 85 mil que deixaram o desemprego para entrar na reforma, o número de portugueses sem emprego no país ficaria no limiar dos 600 mil.

Ao Correio da Manhã, Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, afirma que o governo tem que ser questionado sobre esta matéria. “Inevitavelmente, o desemprego de longa duração agrava-se e afecta as gerações mais velhas”, diz."

Fonte: Agência Lusa, Publicado em 09 de Dezembro de 2009

Lares do Futuro

"Todos nós temos medo do envelhecer! Não é a idade em si, porque ficar mais velho é inevitável e do mais natural que há! O que nos “atormenta” é ficarmos incapacitados de alguma forma, de depender doutrem para o dia-a-dia!


Então, se houvesse um lar em que juntassem idosos de vários “níveis”, ou seja, juntar septuagenários ou octogenários com todas as capacidades a outros menos capacitados, dando assim àqueles com “plenas funções” uma excelente oportunidade em mostrar o que (ainda) valem e que assim ajudam os menos capazes de passar um digno “resto” de vida!

Futurologia? Não senhor! Isso já existe, e ainda por cima em Portugal! Tudo começou com um sonho do Padre Domingos da Costa, pároco de Mexilhoeira Grande no Algarve. Há cerca de 20 anos iniciou a construção de raiz de uma nova aldeia para esse fim. São José de Alcalar fica a cerca de 9 km de Portimão, alberga neste momento mais de 100 idosos em cerca de 50 moradias. Assim vale a pena envelhecer, não acham?"

Fonte: Blog do Zig


Descrição Geral


"Este modelo de desenvolvimento tem por objectivo dar resposta aos idosos (qualidade de vida, assistência, cuidados de saúde, alojamento condigno, actividades lúdicas e de ocupação,..) e aos problemas de despovoamento do interior, contribuindo desta forma para um melhor ordenamento do território nacional, e ao mesmo tempo para que Portugal assuma um “cluster” neste domínio em termos europeus, valorizando os critérios de diferenciação de que usufrui (Sol, Espaço, Água, entre outros).

O modelo Aldeias Lar apresenta vários factores de inovação, tendo sempre por base a dignificação do idoso e o dotar de uma “vocação de Aldeia Lar” as aldeias e vilas do interior do país em processo de despovoamento, promovendo a qualificação de recursos humanos e a criação de emprego para os mais jovens. Nestas mesmas aldeias são criados serviços de apoio (cuidados paliativos, serviços geriátricos, entre outros, os quais podem ser privados, público privados ou públicos) os quais para além de servirem a população idosa ali existente servirão de igual forma os apartamentos com idosos que agora ali se vão instalar para usufruir de condições de qualidade de serviços e da paz que o interior pode proporcionar.

Nestas aldeias ou vilas poderão ainda utilizar-se e recuperar-se casas devolutas, desenvolvendo ainda a construção das unidades de apoio e apartamentos, em áreas de expansão previstas no Plano Director Municipal (o principal objectivo é que assim também a população residente beneficie dos serviços, e ao mesmo tempo, se criem melhores condições para a interacção dos utentes com a comunidade local, acesso aos serviços locais (restaurantes, cafés, mercearias, cabeleireira, barbeiro, entre outros);

Por outro lado, as Aldeias Lar deverão possuir serviços de apoio em permanência.

Os utentes deverão usufruir de um apartamento para si e respectivo cônjuge (na ausência deste partilharão o mesmo com outro homem ou mulher respectivamente).Nestes apartamentos, os utentes são ainda livres de deter alguns bens pessoais como, por exemplo, mobília e outros bens pessoais.

Nas Aldeias Lar serão ainda privilegiados programas com actividades para os idosos, bem como o atribuir de tarefas a todos os que queiram permanecer activos.

Partindo-se do princípio que a iniciativa da criação de Aldeias Lar pode partir de entidades Públicas, Público-Privadas ou Privadas, nada impede face à necessidade existente, que possam existir várias Aldeias Lar de um mesmo promotor ou de vários, e que estas estabeleçam entre as diferentes unidades uma relação que permita por exemplo a mobilidade e sazonalidade da permanência dos idosos, que tenham essa vontade e os requisitos para tal. Ou seja, desta forma uma pessoa idosa poderia permanecer uma temporada no Alentejo, outra no Algarve, outra no norte (por: exemplo), desde que existem aldeias lar, articuladas entre si (a taxa de ocupação era a mesma). O que se conseguia no fundo era a oportunidade das pessoas poderem quebrar a sua rotina e beneficiar de diferentes estruturas como quem passa férias em vários sítios, sendo desta forma uma maneira alegre de envelhecer."

João Emanuel Pereira Martins

Fonte: www.eprogress.pt